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Perdido nas referĂȘncias?

  • Foto do escritor: Aline Paiva
    Aline Paiva
  • 24 de out. de 2023
  • 5 min de leitura

Após a contratação da consultoria de design, o primeiro passo é o Questionårio de Briefing - uma série de perguntas que peço que os clientes reflitam e respondam por escrito antes da nossa Reunião de Briefing. Antigamente eu fazia apenas uma reunião, que era mais longa, e durante a conversa eu perguntava tudo o que estå nesse questionårio. Mas o ato de escrever nos ajuda no processo de reflexão, de formalização das ideias, de ordenar o pensamento. E, após algum testes, entendi que esse momento de responder ao questionårio era importante no processo do cliente, funcionando como um exercício de reflexão... e em cima dessas respostas mais bem pensadas e maturadas, a reunião de briefing flui ainda melhor, ainda mais assertiva.


Mas existe uma pergunta que eu ainda sigo sem resposta na maioria dos casos, seja no questionĂĄrio, seja na reuniĂŁo: "vocĂȘ tem imagens de referĂȘncia que gostaria de dividir comigo?". Isso começou a me intrigar, porque me parece natural que, antes mesmo de decidir por contratar ajuda profissional, a gente começa a pesquisar por referĂȘncias, inspiraçÔes ideias... entĂŁo por que a esmagadora maioria dos clientes nĂŁo me mostram nenhuma referĂȘncia? Eu passei a perguntar o motivo durante a conversa, e a resposta me surpreendeu.


Os relatos que ouço sĂŁo todos bem similares e se resumem a "eu atĂ© comecei a pesquisar, salvar algumas coisas, mas estava ficando mais perdido ainda". E apĂłs algumas conversas, apĂłs ouvir sobre as diferentes experiĂȘncias, eu entendi que a forma como devemos usar as referĂȘncias nĂŁo Ă© um senso comum. Em sua maioria, o que ocorria Ă© que os clientes nĂŁo estavam sabendo como deveriam lidar com as referĂȘncias pesquisadas para o seu projeto. E ao sentir-se ainda mais confusos, desistiam do processo de pesquisa e aguardavam o inĂ­cio da consultoria.


De uma dessas conversas na semana passada, surgiu a ideia de escrever aqui no blog sobre as referĂȘncias em um processo de consultoria ou projeto de interiores. Vamos entender, entĂŁo?


O uso de imagens de referĂȘncia Ă© fundamental para criar um projeto de design de interiores bem-sucedido. Por isso, com ou sem referĂȘncias fornecidas pelo cliente, eu sempre passo um bom tempo nessa etapa de pesquisa. O pesquisar em si Ă© de compreensĂŁo de todos. O pesquisar e salvar as imagens quase todos faziam... o problema vinha em nĂŁo saber o que fazer com elas a partir daĂ­.


Vou dividir com vocĂȘs o meu processo em um passo a passo simples que pode te ajudar quando vocĂȘ estiver pesquisando referĂȘncias - para a sua casa, sua festa, sua viagem, uma roupa, uma receita... qualquer coisa!


1. Faça uma lista com tudo o que vocĂȘ gostaria de pesquisar. Do macro ao micro. Por exemplo, pesquise por "quarto de casal aconchegante", mas tambĂ©m pesquise por "puxadores para armĂĄrio branco". É muito fĂĄcil se perder em meio Ă s pesquisas, dessa forma vocĂȘ garante que haja um roteiro, e nada importante serĂĄ esquecido.


2. Pesquise sem filtro, sem julgamentos. Esse Ă© o momento de reunir ideias diversas, abrir a cabeça para opçÔes que vocĂȘ nĂŁo considerava, nĂŁo conhecia. É um brainstorming. VĂĄ pesquisando e salvando tudo o que te parecer interessante, nĂŁo pense se Ă© viĂĄvel, se combina com as outras jĂĄ selecionadas. Te interessou? Salve.


3. Saiba quando parar. A verdade Ă© que a gente nunca vai esgotar todas as referĂȘncias possĂ­veis. EntĂŁo Ă© importante que haja algum limite imposto por vocĂȘ. Seja por quantidade, por tempo. E essa Ă© a etapa mais difĂ­cil! Sempre existe aquele medo ao fundo de estarmos perdendo a chance de encontrar aquela referĂȘncia que pode ser a melhor de todas. Mas acredite em mim, tĂŁo importante quanto fazer uma pesquisa de referĂȘncias, Ă© encerrĂĄ-la.


4. Categorize as referĂȘncias. Fazendo uma anĂĄlise superficial, separe em grupos semelhantes. Seja por cĂŽmodos, por tipo de item, por estilo, por cor... o que fizer sentido para vocĂȘ. Se antes vocĂȘ tinha todas as peças do quebra-cabeças misturadas, esse Ă© o momento em que vocĂȘ as separa por cor, separa as peças "da borda", e sĂł depois pode iniciar a montar o quebra-cabeças.


5. Hora de filtrar. Agora sim, analise mais a fundo cada um dos grupos. Reflita sobre cada imagem, o que te fez gostar dela. Entenda se ela Ă© coerente com as outras selecionadas, ou se para seguir com ela precisarĂĄ eliminar outras. Considere a viabilidade para executar algo similar, se Ă© factĂ­vel dentro do seu prazo, do seu orçamento, do seu expertise. É fundamental aqui pensar sempre no todo, no conjunto da Ăłpera. Por exemplo, um detalhe de marcenaria pode ser incrĂ­vel, mas somado Ă  pedra que ganhou o seu coração para a bancada da cozinha, estouraria o orçamento. Nesse processo, vĂĄ eliminando, reduzindo cada um dos grupos.


6. Analise os grupos em conjunto. A essa altura vocĂȘ jĂĄ pensou sobre cada categoria, e jĂĄ pensou tambĂ©m no todo. Mas agora o seu foco Ă© apenas o todo. Coloque todas as imagens lado a lado. Elas formam uma unidade? Elas sĂŁo harmĂŽnicas entre si? Existe coerĂȘncia entre elas? Ou tem alguma que estĂĄ destoando? Esse conjunto Ă© adequado ao seu contexto? À sua realidade? Às suas restriçÔes de orçamento, de prazo?


Pronto! ApĂłs esse refinamento, vocĂȘ concluiu a etapa inicial de todo projeto ou consultoria de interiores. "Nossa, Li, mas toma muito tempo!"... É verdade. Toma mesmo. Mas essa serĂĄ a sua base, o seu norte. É como se fosse a fundação na construção de um prĂ©dio, Ă© o alicerce que vai apoiar todo o edifĂ­cio. NĂŁo dĂĄ para poupar esforços aqui, concorda?


SerĂĄ partindo dessa pesquisa bem feita de referĂȘncias que vamos pensar em soluçÔes prĂĄticas, em alternativas, em materiais, em texturas, em paleta de cores. Pesquisar mĂłveis, objetos decorativos, fornecedores especĂ­ficos. Tomando sempre o cuidado para nĂŁo desviar desse caminho definido durante a pesquisa inicial.


Se vocĂȘ contratou um profissional para te ajudar, vocĂȘ nĂŁo precisa despender longas horas nesse processo de pesquisar referĂȘncias - afinal, como eu disse lĂĄ no inĂ­cio, com ou sem as suas referĂȘncias, eu farei todo esse processo. Ter as referĂȘncias do cliente entra como um dos filtros que levo em consideração na etapa 5. Mas eu recomendo fortemente que vocĂȘ faça esse exercĂ­cio. Assim como responder o questionĂĄrio de briefing, vai te ajudar a refinar e amadurecer a ideia do que vocĂȘ estĂĄ buscando.


Deixando a modĂ©stia de lado, nas minhas pesquisas eu sempre consigo acertar muito bem aquilo que vai dar um match perfeito com o cliente (afinal, a essa altura o briefing jĂĄ foi feito, e muito bem feito). Mas quando o cliente jĂĄ fez essa "lição de casa" antes, nĂłs jĂĄ iniciamos a consultoria em outro patamar! EntĂŁo um conselho que eu posso te dar Ă© nĂŁo terceirize por completo a responsabilidade de transformar a sua casa. Contrate sim um Ăłtimo profissional, mas garanta que vocĂȘ seja uma parte ativa do processo, se envolva. AlĂ©m de tornar tudo mais interessante, vocĂȘ garante resultados ainda mais incrĂ­veis.




 
 
 
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Prazer, Aline!

A minha magia é tornar real. ​Meu objetivo é criar soluções de design de interiores e curadoria de objetos significativos para decoração de casas que proporcionem conforto e segurança.

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Aline Paiva 2023 © Design de Interiores - Todos os direitos reservados.

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